sábado, agosto 25, 2018

Eu posso mexer do jeito que for no meu cabelo
Não tenho mais medo que ele fique desagradável aos olhos alheios

Isso é liberdade.

Eu acho
Que só decorei o quarto do nosso filho
Pois era o único lugar
Onde se tinha certeza

Eu sei porque quando brigamos
Quero sempre que você saia de casa
Você sempre foi um hóspede

Aprendi a não dar mais títulos
Pois eles são certeiros de mais
E não se pode abraçar a fluidez da vida com títulos

Eu aprendi que as dores da minha vó se tornaram minhas também
E que somos mais iguais do que diferentes

Que Mulheres espelham sorrisos
Com mais facilidade
Pois, choram corriqueiramente
Por dentro

Esse lugar já passou de meu para um lugar onde sufocar, é a melhor palavra
Passou de amor de mais
Para amor de menos
Já uma decepção no nascer do sol
E no cair da noite

Eu já nem me encaixo mais naquela cama de casal
Adormeço mais no chão do quarto do meu filho
Do que ao lado do que seria um companheiro
Pois que não há companhia
Há só rascunhos de planos futuros
Eu querendo que ele divida a vida
E ele vivendo como se fosse meu filho

Mas, só tenho um filho

A tristeza invade

E, choro entre os carrinhos e os quadrinhos

quarta-feira, agosto 15, 2018

Rua

Será que dá p escrever aqui?
Bora fazer um rolê louco
Com essa música
Com esse vestido
Com esse calor

Dá até para lembrar de alguns desejos
Dá pra ter desejo em cada
Cada um
Dá pra viajar nessas tentações
Não vou publicar
É sexual essa cabeça
Tô rolando pela rua
Pensando em como seriam nossos beijos
E coisas mais

Te contar

Que não vai ser bacana sempre
Vai mandar mal
Mas
Vai mandar bem
Vai gozar
E se apaixonar
Tudo bem
Não é ele
É você!

Essa é a verdade

Sorte gata!

.

Eu queria que você voasse comigo sob as tormentas
Mas você se prendia no chão
E eu aprendi a voar sem você

E de lá
Chovia minhas lágrimas

terça-feira, agosto 14, 2018

Tudo virou antagonismos
E desses dias
Vieram flores
Por vezes, em vezes
Mais vezes
Tu me empresta teu corpo
Tu me beija os seios
Tu me arranca 
Com delicadeza
A roupa
Tu me deixa franca
E eu gozo
Eu ainda no percurso 
Do êxtase
Te entrelaco com as pernas
Eu e tu, gozamos


Por vezes, e às vezes
Tu me enlaça, me embarca
Me abraça
Que não quero soltar
Quero só sentir a pele fina
Delicada
Do seu pescoço
Roçar bem quente
Meu rosto saliente

As vezes, por vezes
Você se mostra redundante
Você desdobra a minha língua
Felina, raivosa e ávida por uma mordida
Você desconhece a vida nossa
E quero arrancar-te a cabeça
Com minha boca
Cobrir-te de palavras femininas
Você se faz oposto
Desconforto
Antígeno
Você não me encaixa

Às vezes por vezes
E sempre
Eu sonho com você
Na medida certa
Errante e irreal

A verdadeira oposição
Me excita
Eu sou inteira
E brilho
E você vagueia por volta do meu corpo
Sem saber que somos inteiros

Pulsa cara minha
Pulsa e adora-te
Diz para si
Irmã
Frente ao espelho:
Tu és a minha vida
Tu és inesquecível
IndescritiveI
Cheia de alma
Cheia de vida

Ha! Sim
Às vezes vazia
E nessas encolhas
Da vida
Também és
Ébria nostalgia
Grande desequilíbrio
Torrente forte
E destemida

Você sangra!
Arde, fere e cura
Voce é
Todo acabado de muitas Marias
Desenhada para transbordar
Seja de dor
Seja de alegria

Desculpe-me!
Somos assim
Minha querida!

Eu te amo!
Você sou eu
Na morte
E na vida.



Tira o diu

É preciso doer
Para viver
É preciso sentir
Para continuar a existir
E só há alguém capaz
De me dar vida

A quem dei vida
Para retornar
A pequena ideia
de viver

Passa tarde
Passa a dor
Olhos distantes
E sem vida

Passa assim
E é capaz de seguir
Para a morte
Em vida