E ela se chama citalopram!
E aí, me dei conta que meus últimos registros são de dor, dor, dor e dor.
Mas, Oi! Estou gargalhando por aí, e nem estou preocupada em falar baixinho, quando posso sorrir, e a comida ficou gostosa de novo, e eu aperto meus dentes, achando meus filhos as pessoinhas mais lindas e gostosas do mundo.
Como gosto de abraçá-los.
Também andei jogando queimada, e até levei um tombo. Entrei numa competição de natação com a moçada aqui da rua, e ganhei uma infecção no ouvido!
Dei tanto abraço que peguei Covid!
Minha casa anda uma zona generalizada, mas perdi o medo de me visitarem quando tá tudo fora do lugar! Até fiz bolo pra galerinha sem ter um copo limpo!
Sabe o que é isso?
Não sei não, tô melhorando.....
Ainda brigo, grito e quando esqueço meu moderador de conduta, fico meio maluca, mas tá tudo bem, tá gostoso.
A minha deusa nasceu, enfrentamos uma barra na Uti neonatal, mas olha para mim: ela nasceu, e eu renasci forte! Fui forte, muito forte.
Chorei dos meus olhos não abrirem, quando tive que ir embora da maternidade, sem ela nos braços. Meu rosto estava desfigurado, inchado, vermelho. E no dia seguinte, ela precisava de mim inteira, cheia de leite. Olhei nos meus olhos e disse: você não vai mais chorar, chorar não vai adiantar!
Acordei ás 6h da manhã no dia seguinte, comi duas bananas amassadas, chá e ovo frito. Parti para a maternidade, bati o ponto ás 8h. Segurei ela no meu colo ás 8h10! Abri a blusa tirei meu seio, e estimulei a amamentação! Ela mamou. E meu mundo todo ficou em êxtase!....
Depois disso, todo dia esse era meu mantra, passar o dia todo com minha pequenina, amamentando, falando no seu ouvido. Cobrando as notícias dos médicos, o exame de ultrassom, a visita da neurologista.
Quando comecei a falar aqui, não sabia que isso iria aflorar, essa parte, sabe?
Minha vida não é só sobre dor. Ela anda cheia de crianças e alegria, e de sol, e de descobertas.
A propósito, obrigada citalopram! Rs....Pode sentar em cima de mim a vontade! Vai ver que precisava parar de espernear um pouco para ver outros caminhos.
A vida, tão efêmera...
Ainda tem espaço para surpresas, por mais igual que pareça ser, por mais piegas, é sempre um processo único, e também cheio de similaridades, com o passado, com o presente.
Então, tá tudo bem! E, queria que as sobrinhas estivessem aqui, pra gente sujar o sofá de comida, brincar de pique e pega, queimada, fazer bolinho de lama, pegar carrapato!
Nadar na piscina, ficar de biquíni o dia todo.....
Pois sei lá, essas coisas são as que mais me fazem sorrir.