segunda-feira, julho 20, 2009

Um Pai Segundo

Minha meninice
Brincadeira na rua
Era de professora
Quadro verde na garagem
Bicicleta na tarde
Aventura na rua da dona Adelaide

Bolinho de areia vermelha
Viagem pra outra estradinha
Sem nem sair daquele mesmo quintal
Meu grande menestrel

Minha meninice foi vida de alegria
Muito corrida
Muita lata, algumas sucatas
Umas bobeiras entulhadas
Deixavam mamãe muito braba

Depois do bom almoço
Sentar no pé do Vô
Ouvir música de grande tom bom
Que muitas ficaram assim
Na minha querida alma a sacudir
Grandes poesias sensibilizar

Na sala de som
Casa de praia
Tapete grande sem barra
Entendia a beleza das letras de bamba
Um Benito di Paula
Um amigo De Brown
Meu querido amigo de sol de Lua

E foi assim
Aprendi a cantar
Nas viagens a aquele juiz de fora
Que sozinha atrás
Com perna pro ar
Viaja sozinha nas sonoras de um samba

E no mundo da imaginação
Da ficção Juliana
Surgia da música clássica
que meu vô ouvia
História de mercenária
Bailarina secreta
Anjinha de mar, menina faceira na vida

Pequenina ouvia
E crescendo na sua asa
Seguindo sua figura
Meu Avô
Minha influencia
Minha maestria

Me ensinou a viver
A querer e a sentir
A sentar
E a pedir quando quiser comer a comida
Meu avo, meu querido amigovo
Meu Pai segundo
Meu ídolo último

Das conversas ínfimas
Das caminhadas na matina
Manha cheia de grande política
Falamos historia, geografia
E sempre vida

Ao teu lado sou a menina teimosa
Coloca sapato menina!
Aquela sempre desejosa
Não podia ver nada que queria
E puxava a minha orelha
Mal sabia
Que fazia assim
Pra me deixar Moça sabida!

Ele
Meu avo querido
meu amor já conhecido
Um dia cheio de riso, meu amigo
Meu companheiro de bamba
Um pai segundo na vida!

Nenhum comentário:

Postar um comentário