sábado, agosto 30, 2014

Aquela menina

Passei por lá por acaso, que coisa furtiva.
E pra ser certo a vi! Quase sem querer.
E tinha cabelos negros cortados a nuca, olhos altivos e no peito uma flor tatuada a aparecer na blusa.
Seu ar de menina e jeito sagaz hipnotizou meu ser, e eu ali não pude mais prestar atenção em nada mais.
Queria tanto espreitar mais perto, chegar furtivamente olhando seus olhos negros e dizer:
Que linda é você!

21.03.14.
17:25

Nosso borboletar

Enquanto meu rei vai lutar
Eu reino rainha no meu lar

Eu vejo sol entrar
E as borboletas borboletar
Eu poetizo todas nossas formas de amar
Eu cuido do nosso bem estar
E amamento com amor
Nosso Chão...
Nosso João...

E a brisa que chega para secar
Eu sinto espalhando os meus cabelos
Eu e João esperando nosso pai
Nosso Rei
Estamos aqui a te reverenciar
Aguardando o seu amar

Somos elos ao luar
Anéis de saturno
E todas estrelas a brilhar

Nosso casa
Nosso templo
Nosso som
E a nossa música...

Dindi

Acabou...e acabou chorare para mim?
Não...

E quando ouvi o calor daquele perfume
Foi tão arrebatador e potente
Eu senti sua pele no meu nariz
Foi tão intenso
Tenso
E não queria desperdiçar
Mas, já tirando de mim o que pudesse levar

Resolvi, pois leu meu poema para outro e disse:
Sorte do homem que tem um poema escrito para ele...
Quem dera...

Virou algo tão proibido que chega doer
Se a pele ainda lembra o gosto
Se o beijo ainda lembra o som
E os cabelos, meus cabelos...

Quando foi que amar tornou-se em vão?
Mas, de repente foi tudo sem querer
Então, ta ai..
Nosso poema está aqui

E de repente o que sobra de você em mim
É o ar pesado de um perfume no ar
Do penar e do desperdiçar

A verdade é que eu ainda te julgo
No meu julgamento particular
No meu infinito perpendicular

Não há chances de entrar
Afinal, nem eu tenho as chaves
Ainda não sei onde esse mundo vai desaguar

Mas, o cheiro vem me atormentar
O perfume tão louco e odioso
Seca a minha alma num fervor pavoroso
E tudo que tenho para agarrar
É sadio e preciso..

E no final, eu  fui sem dar lágrimas
Talvez, porque o castelo já estivesse ruído...
Pelos nossos gemidos...
Soluçantes e eternos amigos..

Meu Dindi...

Inevitável ser

Notadamente, eu pareço bem mais formal do que minha cabeça realmente é.
Quando foi que vesti essa carapaça falsa que ando desfilando por ae?
Quando foi que deixei de ser louca visivelmente?
Não são filhos ou responsabilidades que mudam ou ceifam as pessoas, são as aquisições fúteis do olhar alheio...
Caí na rede sem perceber?

Não, não pode ser...
Ainda danço loucamente na sala..e só de sutiã...
Me censurem...não to nem aí!
Eu ainda gosto de música indescritivelmente, e prefiro ouvir uma banda nova a discutir política.
Ainda sonho que vou cantar e que a vida é muito boa na pista de dança...
E costumo pensar naquela ideia de estudar os conflitos na África...e Médicos Sem Fronteiras tem visitado a minha cabeça...

Ainda tenho aqueles sonhos bobos e visionários..
E amo usar minisaia...Afinal, não tenho pernas tão feias assim...ao  contrário, adoro minhas pernas...

Onde é que esquecemos de ser quem somos de verdade?...
Onde e quando mesmo que precisamos ser alguém que não somos, por conta de emprego, filhos, família ??....

Cuidado...
Não vou ser o que você espera de mim, desculpe.
É inevitável ser eu.

Respirar o AR

Hei de seus olhos descobrir a magia do penar
Não houve qualquer tocar de lábios
Penas perdidas
Estamos no limbo do pensamento
Estamos perdidos em horas de excitação

Eu pretendo não deixar que essa merda toda me sufoque
Me prenda e me deixe sem querer dizer
Afinal, a vida é feita para ser dita do  jeito bom de se ouvir

Se apagar as luzes de dentro pode ver o que tem lá fora...
É tão sutil e sufocante
E me lembro todas as vezes que ter não é ser
E ser não é ter

Eu prefiro ser
Onde as pessoas não são nada

Algum dia alguém vai publicar essas palavras
Estarrecer a vida de outras
Quem dera vocês pudessem me ouvir nessa toada de pássaros surdos
Sou mais do que a porra da minha conta bancária
Sou mais a porra do meu conhecimento musical e cultural
Não me encha com sua falta de eloquência e dança louca
Eu danço todos os dias...
E você?

Me desculpe ae,

Mas to tentando ser feliz nesse caralho de mundo...
Vão dizer, que é a fase revoltada e descrente do mundo da grande poetisa Juliana...
Foda-se...
Todos tem um dia de fúria...
E esse, ainda, não é o meu...
Sorriem...

Eu ainda posso me apaixonar de novo..
Ainda, posso fazer loucuras novas
E escrever aqui as sandices que você quer ouvir...
Eu sei que quer...

E eu me lembro...apesar de fingir esquecer...

Ainda há segredos e coisas para simplificar em palavras...
Ha...a palavra...
É tão importante..tão doce e terradora
Tão amarga e sufocante...

Eu não vou parar...
Apesar de saber tão pouco de você...
 


Saudosas loucuras


Então, eu me lembro de você.
Do seu beijo de Heineken e seu cabelo preto.
Rímel e tudo mais, a cor cintilante que seu perfume parecia ter.
E até o seu jeito intrigante de balançar os braços com a garrafa pro ar...
Isso indicava que estavam tocando sua música...
Lembro dos seus saltos e sua cintura marcada, e a luz piscante da pista passando por entre suas curvas...
Eu me lembro desses momentos..
Até de tropeçarmos em qualquer coisa no fim da noite...
Sentindo o frio do fim da madrugada nas nossas pernas nuas...
Precisamos de um taxi ou uma boa carona....
Se fosse carona...podíamos estender com som alto no carro e janelas abertas...
Eu coloco os meus cabelos pra fora, a brisa do amanhecer é simplesmente do caralho!
E você num rompante me censura...que coisa hein!
Podemos tomar café da manhã na cara Master Pão...ou então, parar o carro num desses postos e comer os salgadinhos frios da conveniência....

Então, eu me lembro bem de nossas noites...De nossas vidas....
E era...simplesmente sem compromisso, limites e preocupações...
"Dance comigo é a minha música..."


Faz sentindo ouvindo:
Gilfriend - Icona Pop