Idade

Vendo jornal hoje de tarde percebi como a apresentadora havia envelhecido, como a elasticidade e tenacidade da pele de seu rosto havia ido com os anos. Nesse momento, entrei num momento de epifania, percebendo que a minha juventude, essa que eu ainda tenho, e aquela que já não tenho mais, vão realmente passar. E, nesse momento não foi agonia ou desespero que eu senti, mas algo parecido com uma certeza de que vivi e vivo meus dias da melhor forma.
Aproveitando cada segundo do presente que tenho nesse segundo. Envelhecer não me pareceu algo ruim ou pesado, mas uma forma de consciência diferente.
Se for fazer um ensaio nu, como sempre desejei, esse é o momento. São certezas presentes, como essas, que me dão a segurança de que estou no caminho certo, no meu individual e pessoal destino.

Porque fazer um ensaio nu? E agora? Porque daqui alguns anos não terei mais o corpo que tenho, pois a idade chega e as coisas mudam, interna e externamente. Ter alguma certeza do que se deve fazer no agora é reconfortante.

Por isso, escolhas minhas como: amamentar o João, ficar exclusivamente com ele, me dão a certeza e a segurança que não deixei de ver nenhum sorriso dele, que não perdi nenhum choro, nem seus primeiros passos, suas primeiras traquinagens, eu vi e senti tudo.

Nunca ninguém poderá tirar isso de mim.
Esses dias, essas lembranças, esses sentimentos, esses aprendizados, todos... são meus.

Posso viver uma vida simples, sem muitos caprichos e coisas modernas, posso não ter a roupa da moda, coisas que as pessoas classificam como necessárias para se viver.

Mas, o que tenho é indestrutível.

Há momentos de nossas vidas que jamais irão retornar, e nada do que se pode fazer, presenciar, aproveitar agora poderá ser repetido na mesma intensidade, qualidade do momento presente. Pois, amanhã não seremos os mesmos de hoje, e tudo ao nosso redor será visto e sentido de forma diferente do que era ontem.

Carpe Diem queridos!