terça-feira, outubro 24, 2017

Sobre a dor da rotina - Carol

Tenho rotina. Acordar. Loucura do tempo na manhã.
João no banho, grande loucura.
Almoço, resistência e paciência.
Som no carro feliz. Enquanto o João ainda está.
João, escola, professora, sorrisos, pertencimento.
Chave, carro, música, dor.

E ali vou. Vou chorando por você não estar aqui. Me perguntando porque as árvores ainda crescem se você não está aqui. Porque podemos abraçar nossos filhos e dar-lhes carinho, quando você não pode.
Porque, não poderemos mais ver seu sorriso. E quando foi que perdemos você?

E quando sua irmã e sua sobrinha estiverem sob o teto do seu pai, porque temos que viver a dor louca de saber que não poderá acontecer com você entre nós.

Porque?

E quantos carinhos a Maia não poderá lhe dar. Quantos abraços e beijos ela não terá de você.

Você não era minha irmã. Tampouco tive muito do seu tempo. Mas, então que dor é essa que não me deixa? Eu amei tão loucamente seu irmão, que amei todos os seus, inclusive você.

E não consigo suportar, no trabalho, quando devia escrever sobre leis, defender os direitos, me furto o pouco tempo, para me dar o direito de escrever sobre você, pois vou amanhã, amargurar não ter escrito, e agora....Agora tudo é efêmero e fugaz.

Não temos mais tempo, não temos mais você.


Não é posse ou algo do tipo. É que, talvez, não entendemos, que deveste partir, agora, tão jovem.

Meu filho não lhe chamará de Tia amanhã. Não verei seus cabelos brancos, nem compartilharei com você minha segunda gravidez. Não teremos você para nós amar silenciosamente, como fazia.


Embora, o amor ainda exista, aqui!





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