E, do mais que perdi, do mais que sofri, vestiu-me alma forte, realeza, fortaleza. Transformou-me deusa.
E quem discordar, ouço atenta. Mas, se vier ferir-me, faço cegar. Que teus olhos não merecem vaguear meu ar.
Eu visualizo a cena, você me dá sua mão, tão carinhoso e disponível. Eu a trago no meu peito, com um sorriso confiante no rosto. E, vou te mostrando esse lugar.
Foi como se fosse um despertar, que já vinha acontecendo por dentro.
E, sem temer que fossem lhe julgar, me deu o corpo e a alma e com olhar me permitiu te mostrar.
Era azul, cheio de cores no final, também tinha sorrisos e abraços, ninguém nunca te recebeu tão bonito.
Tinha sol e sombra. E, foi o dia em que você quis ser um pouco como eu.
Ergueu o seu braço forte, e com o sol no rosto defendeu nossos direitos.
E, éramos uma família Feminista, lutando por igualdade, sorrindo, criando nossos filhos para serem seres humanos iluminados e igualitários.
Quando digo que você não me enxerga
Não é só essa superfície
Você não viu nada que existe em mim
Você fez sua lição de casa quando eu era interessante
Mas o seu objetivo não era me conhecer
Era só me ter
(Ledo engano meu)
Eu debrucei por cima do seu corpo feito um caramujo nu sedento pela sua casa, casca.
Eu caminhei com meus lábios sua pele viva, encafifada.
Eu soprei seu sono para longe, fazendo encontros entre seu falo e a minha vulva.
Eu persisti nessa dança, e você sem querer, falava a mesma línguagem que a minha.
Perdi-me no meu prazer, no meu entender. Sacudi-me por cima de ti. Lavrei escritos sagrados, permaneci voando pelo alto das estrelas.
Arrepiei. Soltei. Gozei.
Assenti desejos em ti.