Fico preocupado, quando teu corpo quase que inocentemente desliza de modo peculiar, ascendendo um interesse incomum por aquele outro ser humano.
Fico preocupado, pois aquela entonação corporal só deveria ser em minha direção, porquanto é doloroso ver que o calor que sinto quando você se dirige a mim, pode ser o calor que o outro sente por você.
Fico preocupado, quando traz seus melhores argumentos para um diálogo, e não é comigo que fala.
Fico preocupado que seu amor declarado por mim esteja tomando outra forma, outro jeito.
Fico preocupado, que você tenha tratado alguém, como também trata a mim.
Fico desalojado quando aquele olhar efusivo e efervescente, junto a um sorriso cheio de graça, está estampado para outro indivíduo, que não eu.
Fico incomodado, fico arruinado, só de pensar o calor do seu corpo aquecendo outro que não seja o meu.
E de você ter a possibilidade de se conectar com outro alguém que não eu.
Pensei que você orbitava em torno de mim, como a lua em torno da terra.
Pensei que somente se inclinaria para minha luz, como é o girassol que se contorce para encontrar o sol, e só o sol.
Mas, você é seu próprio sol, e as vezes são outros girassóis, adormecidos da sua condição de luz própria, que contorcem para ver você, que não tem desculpa para brilhar, não tem qualquer medo de ser inteiramente luz.
No entanto, você me dá a mão, beija meu pescoço. E, é tão natural, tão celestial.
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