Você me confunde nesse mês de coisa a gosto. E perco, revejo o outro, que um vento traz só ele, perco e vejo sua tempestade chegando. Distraindo-me os cabelos já desarrumados de um sopro tão fosco.
Meu peito fica desarmado perto de sua alma tão alinhada. Perco o caminho e atiro minhas filhas ao modo altruístico, deixo morrer pouco a pouco minhas veias para deixar lhe em fronteira, assim não penetra minha pequena solidão.
Essa beleza instantânea derrete a fibra de metal estendida em meu corpo, e logo me atira em água fria, me congela a sua livre consumação. Tudo está tão ganho e perdido. O dia cabe em uma só hora, nada valerá ou se prestará, minhas semanas em minutos fajutos.
Que seja hoje ou amanhã. Fico tentando achar desculpa para não ver, fugindo do que se corre atrás, do que se quer mais que água em sede. Ser próprio carrasco da carne que lateja, virar apaixonado indignado e perder o meu espírito a menos de uma palavra. Sua vinda já não traz alegria, que me perco em não saber se quero ou não, sabendo que ao fundo do tempo é desejo que mata, ver te faz mais falta, choro e não creio, desejo não ver que fui tão bêbado, tropeçando no arco-íris, deixando para trás meu pote de ouro por menos de um grilhão.
E vivo assim, a menos de um pesar, um sorriso, um pranto intenso, recordando a própria história, querendo e perdendo. Caio em fim, já não respondo, deixo que meu destino lhe diga onde será o local da minha pequena grande morte rejuvenescedora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário