A condição humana em caracterizar o prazer físico como ápice da relação comum conquista nas entranhas de todo um mundo algo levemente grotesco, porém com real capacidade de ilusão ótica. A característica finalística da idéia humana, homem, ainda trata tudo como algo plenamente animalesco.
E foi assim, sem saber de palavras vagas que todo início teve um certo começo. E se for pleonasmo foda-se!...
“ Soltar os braços e os cabelos, sentir seu próprio prazer, é assim que a mulher contemporânea bajula suas próprias façanhas. Clara, ela jamais poderá entender castidade, são mãos que garantem não só uma grave satisfação carnal, mas um estouro de auto-conhecimento. A certeza que ao tocar seus próprios seios faz sentir a vontade de ser beijada, e algo quente regurgita entre suas pernas, não há de fato vestígio, mas uma sensação que promete nunca ser saciada.
A prova de saber qual parte de seu corpo sente prazer só realiza mais expectativa, o auto toque não de fato trará a satisfação total, se trata de uma preparação, é um desencadear de sensações que serão descarregadas em outro corpo.
Abre-se um campo energético, o toque do outro parece estalar em sua pele, não é exatamente o ápice de um gozo, mas um gozo contínuo. Em plena consonância corpo e bocas tentam encontrar caminho exato, a acomodação perfeita entre o lábio e a fricção das línguas, o movimento dos braços, ora com objetivo de desvencilhar os empecilhos ora para encontrar a maciez da pele nua.
O encontro dos chacras, os seios e o peito. As mãos em loucura procuram trazer para si o desejado, seja de forma delicada ou outrora forte e feroz. Traduzindo a sede e o agitamento cardíaco, a explosão de hormônios. O parceiro começa a parecer tremendamente irresistível. O passar dos dedos pelos cabelos traz sensação peculiar da maciez, carinho em meio a desejo tão carnal. A grave penetração não seria destarte nada sem que os quadris se encaixassem e os seios e peito pudessem se tocar, com um beijo os amantes anunciam estão compartilhando o mesmo espaço, desafiando as explicações de uma física fajuta. Os corpos estão como um almágama, não há estrada entre eles.
A conjunção ocorre, inexplicavelmente prazerosa, como nem as mãos de nenhuma moça em sua intimidade poderão revelar tal gozo. A troca de posições infere em desprendimento, é a agilidade e o querer de ambos, até que haja congruência perfeita. Até que haja algo que passe do corpo à mente, quando ambos entram em estado de consciência alterado, nada se vê, nada se ouve, apenas tudo numa loucura, um encontro com o divino, uma só sensação que explode feito um furacão. É um estrondo, um alude, é coisa anímica.
As mentes voltam ao mundo, e é como se a melhor água tivesse percorrido sua pele, como se as mais belas especiarias tivessem lavado seus cabelos. Tudo se torna constantemente melhor, as veias correm com um sangue novo, algo está melhor. Um cansaço cheio de disposição, um êxtase, um sorriso ao canto da boca. A leveza, uma viagem quase energética.
É a maquiagem mais perfeita, os lábios pintados cor de beijo, vermelhos feito um morango. É um hidratante que percorre a pele já macia e perfeitamente em seu lugar, cheia de vida. É um mergulho no melhor elixir.”
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