domingo, julho 05, 2009

Despedida

Um medo, um comportamento, a perda, a simples ingratidão de não ter. Haverão dias que eram para ser seus, dias em que deveria estar e não estará. Que belo dia nasce hoje, que dia será melhor ou pior?
Nunca em meu peito alguém disse que iria partir. Porém, tu foi tão meiga e fulgaz, sem nem dar aviso prévio que queria que podia, de um dia tão feliz, não fazer mais parte do que foi eu, minha vida, minha tia.
Que tu não morava perto de mim, que eram só nas festas, aquelas luzidas que te via, que desde pequena é minha lembrança da tua branca face, aquele senhoril estranho, um retomado arcabouço, família. As irmãs de minha vó, da distância da família pai me deixou assim pessoa de uma só voz de Vó, de uma só vó Tia aqui.
Aprendi a querer ir a respeitar tua chegada, a querer carinho, papear coisas da vida e engrandecer nas tardes em que te encontrava pelos elogios que me dava. Percebendo a falta, dor incessante, cria de um mundo, é que não sei mentir meu coração que nunca encontrou perda assim que fizesse falta, que doesse, ferisse meu amor.
Que egoísmo esse meu, querer te quando já não estas. É que ainda queria ver te, ir a São Paulo a primeira vez e conhecer sua casa, minha Tia.
Que meu coração já não há adeus para dar, minhas saudades já esta, e que vou querer, perder meu sono a pensar que vestes a roupa mais branca que já vi, que me quer bem daí como sempre me cantou os dias em que eu te via. Que dance ai com seu menino, tia faz falta, mas sorria aonde está.
Quero pensar que esta no sol, que acredito tanto seja deus que me toca, que está nas arvores e quando a brisa vem me tocar é você beijando minha testa, que está no vento que vem me abraçar e com seu cheiro me traz a paz tão querida, que está nos cantos a cantar e naqueles que irão cantar sem nunca desafinar. É pura vida séria, é pura dor insana, é estranho acreditar que não estarás, cadê você e sua mão a acariciar.

É que da despedida sofre a pessoa a pensar no futuro, aquela expectativa, aquilo que você pensa não terá, mas que basta o corpo querer encher de vida a pessoa que já não está.
Meu pai daí que está, me dá a sabedoria para entender que ela não é mais uma menina, uma mulher, nem minha tia avó, ela agora é luz do dia, é estrada de estrelas, é espírito, alma mais linda, é minha paz, minha querida sombra, a água que já desce vem alimentar os dias, é minha fada madrinha e sei me olha de jeito amável bem daí de onde se é feliz sem medo do fim.

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