sábado, agosto 08, 2009

Músculos fechados

Fechei meu corpo
Aos ventos e mares
Sem querer perder
Nem ganhar mais vacilos a fora
Participando e velando
Cantando a deuses
Para rezar-me o corpo
Amando o impossivel
Desprezando o superável
Carinhando as vitórias sem recheio

Cai na roda, sambei até sangrar
Dizendo ao teu peito brejeiro, seu ponto redondo
Que seu partido está perdido
É só trato, um destrato
É um samba vazio

É lambada, é canja
Completamente desiludida
Sem meu amar
Sem meus seios e corpo perfeito
Faltoso da minha seiva bem realizada
Da minha alma esclarecida
Do meu jeito de Dona de mim
Do meu peito estendido
Do meu corpo com gosto de seu
Do meu lema de liberdade
Sem meus vacilos, meus grandes laços
Perdido no espaço
Carente dos meus cabelos caindo sobre as costas
Da mania
Da fruta que eu comia

Nem dessa certeza
O pensamento que me vagueia
Consegue retirar
Consegue rabiscar
Nesse peito a calma perdida
A estrada retida
A viagem, a saudade
A ventania aqui já arguida...

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